Aeeeeeee! Minha internet finalmente voltou... COF COF COF! Bom, direto ao assunto: eu vou postar agora no blog os textos mais legais que eu faço na aula de TR (técnicas de redação). E a Dora Buldogue? Ela aposentou e entrou uma professora mega-legal! Aproveite! ^^
Esconde-esconde
perigoso
- 48, 49, 50!
Lá vou eu!
Eu e meu amigo
Fábio estávamos brincando de esconde-esconde lá na floresta perto da minha
casa. Tudo foi ‘só flores’, isso é, até começar a escurecer. Comecei a ficar
preocupado: eu não enxergava nada e não conseguia achar ele para chama-lo pra
ir embora. Foi quando ouvi:
- Socorro! Me
ajude, Pedro!
Meu amigo
Fábio... está em apuros.
Eram mil
alternativas: ele poderia ter sido pego por um monstro, um bicho feroz, ter
sido abduzido por alienígenas, um ladrão ter pegado ele... ou simplesmente
estava fingindo que corria apuros para depois zombar da minha cara. Minha mente
entrou em colapso e pensei em fugir.
Gritei de
volta:
- Fábio? Onde
você está? Tá tudo bem?
Ele não
respondeu. Minhas pernas travaram de medo e só me permitiam fazer uma coisa:
CORRER, correr e gritar até chegar em casa.
Chegando lá,
fui para a cama, mas quem disse que consegui dormir? A minha consciência pesava
e acabei optando por voltar à floresta, claro, com lanterna. Mesmo com medo,
sabia que Fábio estaria numa situação pior.
Procurei,
procurei, até que caí num buraco enorme, certamente uma armadilha de caçadores.
Ouvi um barulho: era de alguém assustado, que estava logo ao meu lado. Olhava
ou não olhava? Virei a lanterna com tudo, mas era só o Fábio.
-Pedro! Pensei
que você não viria! Como me achou?
-Sem querer! –
eu disse com um sorriso torto – Estava com medo? Vamos, confesse!
-Só se você
disser que também estava e...
Fomos
interrompidos por uma baforada bem na nossa cara. Não víamos nada, pois estava
escuro. Ficamos pasmas de medo, nossas pernas amoleceram e estávamos prestes a
fazer xixi nas calças quando virei minha lanterna: era uma onça com caninos
enormes a menos de cinco centímetros da gente!
Desabamos,
caímos no chão e ficamos com os olhos arregaladíssimos, olhando aquela onça a
nossa espreita; quando ela ia atacar, não sei o que apertei na minha lanterna
que a luz ficou vermelha e começou a piscar. A onça deu um pulo! Ficou tão
assustada que conseguiu sair do buraco.
Ótimo! Um
problema a menos! Agora só faltava arranjar um jeito de sair dali. Ficamos
calados, sem dizer uma palavra ou mexer um músculo nos próximos minutos. Depois
disso, ouvimos alguns passos vindo na nossa direção. Olhamos para cima e uma
lanterna nos cegou. Era uma pessoa, não sabíamos quem era, mas uma pessoa ia
nos ajudar e isso já era o céu. Saímos de lá graças a ela e a uma corda.
Descobrimos
que ele era o caçador, que viu a onça saindo do buraco e decidiu ver se tinha
algo aqui dentro. Estava surpreso pela onça não ter nos digerido e em vez disso
sair correndo. Depois da curta conversa, ele perguntou se nós sabíamos voltar
para casa sozinhos, dissemos que sabíamos e então ele foi embora.
Depois que ele
não estava mais à vista, corremos como se nossa vida dependesse disso até sair
da floresta. Então, rimos sem parar, do nosso medo, da onça... de tudo! Quando
tudo acabou, vieram várias histórias sanguinárias, fantásticas e bem distorcidas
do nosso esconde-esconde perigoso!
Júlia, São Paulo, 2012